Quinta, 10 de outubro de 2024
Aos que perguntam “o que faz um Gestor Interino?”, diria que:
- O Interino faz o que um Executivo efetivo, permanente faz, que é gerir uma área, função organizacional, projeto ou empresa, mas por um período de tempo limitado e com objetivos definidos;
- O que faz um Gestor Interino são muitos anos de vivência como Executivo, experiências bem sucedidas, competências acumuladas, bem como o desprendimento e a vontade de transferir conhecimento, resolver problemas, orientar os mais jovens no desenvolvimento profissional e o desejo de não vir a ser mais empregado e ficar longos anos numa mesma organização, em busca de oportunidades de carreira.
Aos que solicitam que descrevamos sobre como é atuação do Gestor Interino, valemo-nos de Umberto Eco que, referindo-se à narrativa de ficção, afirma que o autor, ao criar um mundo de múltiplos acontecimentos e personagens, não pode dizer tudo sobre esse mundo, cabendo ao leitor preencher essas lacunas. E completa: “...todo texto é uma máquina preguiçosa, pedindo ao leitor que faça uma parte de seu trabalho”(1).
Apesar de referir-se à literatura de ficção, podemos estender o conceito à leitura de nossos artigos que abordam a Gestão Interina, quer como sujeito, quer como objeto.
Neles abordamos um ou outro aspecto da modalidade de gestão de negócios e empresas, sem nunca pretender esgotar as possibilidades. E aí cabe aquilo que Eco atribuiu ao leitor, não por preguiça, mas por impossibilidade do autor: preencher as lacunas do mundo de atividades da Gestão Interina.
De fato, a prática da Gestão Interina é tão rica como qualquer atividade gestão, e mais.
Porque o gestor permanente, efetivo, seja empregado ou sócio do negócio administrado tem, sempre, uma gama de atividades enorme.
Em nosso artigo sobre como os CEOs alcançam resultados, mencionamos as necessidades relativas à gestão cotidiana e também das inovações, do planejamento estratégico, de aspectos financeiros, tecnológicos, de pessoas e talentos e um sem número de outras demandas que tornam impossível a qualquer CEO, sozinho, dar conta eficazmente de tudo, o tempo todo.
O Gestor Interino se caracteriza por poder atuar como “braço direito”, agregar conhecimentos e habilidades, e mais: ele tem um prazo, um período de atividade em que deve, necessariamente, alcançar determinados resultados previamente pactuados, o que aporta motivação adicional para superação dos desafios.
Tem, portanto, uma vertente de administração do tempo extremamente aguda.
Sem embargo, a ele compete lidar com todas as intercorrências cotidianas humanas, relacionais e administrativas que afetam qualquer gestor. Tais intercorrências, todavia, não têm o diferimento que a “perpetuidade” do gestor permanente tem e usa.
O Gestor Interino não pode e não usa o futuro de longo prazo como argumento, defesa ou recurso protelatório. Ele age e faz.
Sem embargo, em nossos artigos, qualquer que seja a vertente abordada em relação à Gestão Interina, não podemos esmiuçar essas intercorrências, as minúcias que afetam a atuação cotidiana do Gestor Interino, embora saibamos que existem e as tenhamos vivido, sob pena de transformar artigos de divulgação, informação e esclarecimento em “diários”.
Considere-se que, na maior parte dos casos, os contratos de Gestão Interina têm duração de três a dezoito meses. Para nós, portanto, curto, médio e longo prazos são bem definidos, embora não tenham a mesma duração do que se considera curto, médio e longo prazos em outros tipos de projeto.
Nos de curto prazo, geralmente, há apenas um único e bem definido objetivo a alcançar; nos demais, pode haver mais de um, ou um principal e outros secundários, ou ainda novos trabalhos não planejados inicialmente, cuja realização é estimulada pelos resultados obtidos anteriormente.
Independentemente disso, mesmo no curto prazo, sempre há eventos e relações não previstas ou explícitas, embora todos saibam que isso ocorre, dado que ninguém é uma ilha e nada se faz sozinho.
O Executivo Interino deve, necessariamente, administrar tais eventos e relacionamentos, no melhor interesse do cliente e do atingimento do objetivo ou objetivos contratuais.
Inegavelmente, isso poderá influenciar positiva ou negativamente o andamento do projeto e ao Interino cabe maximizar o que for positivo e neutralizar o que for desfavorável, mas, como explicar isso num artigo?
Então, todos sabem que isso ocorre, mas a ninguém é dado escrever, explicar ou esclarecer o imponderável, embora certo.
Socorrendo-nos novamente de Umberto Eco, quando trata “Da impossibilidade de construir a carta do império em escala um por um”(2), onde prova que um mapa atômico, isto é, feito de átomos e representando átomo por átomo, é impossível de ser elaborado.
O mapa apenas poderia ser desenhado sobre o território mapeado e, mesmo não sendo opaco, provocaria mudanças ambientais no território, de tal forma que o mapa por si só provocaria alterações naquilo que representa, tornando-se fonte de sua própria imprecisão.
Caso fossem representados, os moradores do império jamais poderiam ver o mapa completo e preciso, pois, para fazê-lo, teriam que sair do território mapeado para olhar por sobre o mapa. E então, se veriam nele, quando, na realidade, já não estariam lá!
Da mesma maneira, é impossível descrever a atuação do Interino em seus detalhes mínimos cotidianos, sobretudo em artigos que, nem de longe, têm a pretensão de esgotar o assunto.
Basta saber que a modalidade é eficaz, menos custosa que executivos efetivos ou consultorias, aporta avaliações isentas e diretas, com ações de curto/médio prazos “straight to the point”.
Você pode saber mais sobre essa excelente alternativa de gestão em nosso site (eksper.com.br)
A Eksper é a única empresa no Brasil especializada em Gestão Interina, há 15 anos, e conta com ex-executivos de grandes organizações brasileira e multinacionais, detentores de valiosas redes de relacionamento e de repertórios significativos de recursos de administração e gestão nas mais diversas áreas de negócios e segmentos de mercado, com possibilidade de atender e se entusiasmar por trabalhar em empresas de diferentes portes, desde pequenas organizações familiares até grandes multinacionais.
1 - Eco, Umberto; "Lector in fabula", 1979
2 - Eco, Umberto; "Diário Mínimo", 1992